PC-AM celebra o Dia das Mães revelando a força das policiais que conciliam maternidade com a segurança pública
O exemplo de duas delegadas que transformam amor e disciplina em pilares de sua jornada dupla
Em celebração ao Dia das Mães, comemorado neste domingo (11/05), a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) presta homenagem a todas as mulheres policiais que, com coragem e sensibilidade, equilibram a maternidade com o compromisso diário de servir e proteger a população. Entre tantas histórias inspiradoras, destacam-se as trajetórias das delegadas Patrícia Leão e Kássia Evangelista Gonçalves — duas mães que conciliam o rigor da lei com a ternura da criação dos filhos.
Empatia que nasce com a maternidade
A delegada Patrícia Leão, titular da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM) Centro-Sul, ingressou na PC-AM em abril de 2014. Natural de Boa Vista (RR), já sonhava em ser mãe quando assumiu o compromisso com a Polícia Civil. Esse desejo se concretizou em 2018, com o nascimento do primeiro filho. Hoje, ela é mãe de dois meninos, de 6 e 4 anos.
Patrícia conta que a maternidade redefiniu sua forma de atuar na polícia, tornando-a mais empática e atenta às demandas das vítimas que chegam à delegacia. “Aprendi a ouvir com mais atenção e a oferecer um atendimento mais sensível às mulheres em situação de violência. A maternidade me ensinou sobre resiliência e me fortaleceu para lidar com os desafios do cotidiano”, pontua.
Entre os principais obstáculos, destaca a necessidade de equilibrar o tempo entre a família e as exigências da carreira. “Nem sempre é fácil. Às vezes, o trabalho exige uma dedicação que ultrapassa o horário, principalmente diante da vulnerabilidade de quem nos procura. Mas seguimos tentando manter o equilíbrio”, admite Patrícia.
Com experiência em outras unidades especializadas, como a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Patrícia reconhece que ser mãe a tornou mais preparada para lidar com vítimas infantis. “A maternidade me deu um olhar mais sensível sobre as dinâmicas familiares e sobre o universo das crianças, o que ajuda muito na escuta e condução dos casos.”
Quando questionada sobre o maior ensinamento que leva da maternidade para a vida profissional, ela resume em uma palavra: empatia. “Conviver com mulheres em dor exige sensibilidade. E ser mãe me ajudou a entender melhor as emoções de quem chega até nós em busca de acolhimento.”
Para outras mulheres que desejam ingressar na carreira policial sem abrir mão da maternidade, Patrícia deixa uma mensagem de encorajamento: “É absolutamente possível ser uma profissional exemplar e uma mãe dedicada. A carreira policial é gratificante, humana e transformadora. E com equilíbrio, saúde emocional e apoio, é possível conciliar essas duas vocações.”
E finaliza com um recado especial: “Ser mãe é um ato de coragem. Neste dia, desejamos que todas se sintam respeitadas, valorizadas e protegidas. A Polícia Civil está ao lado de cada mulher para garantir que seu direito de maternar seja exercido com dignidade e segurança.”
Sensibilidade a serviço da proteção
No município de Coari (a 363 quilômetros de Manaus), a delegada Kássia Evangelista Gonçalves, 35, vive a experiência dupla de construir a carreira e cuidar da criação dos filhos. Empossada em março de 2025, após aprovação no último concurso da Polícia Civil, Kássia atua na Delegacia Especializada de Polícia (DEP) do município e é mãe de duas crianças, de 7 e 4 anos.
Natural de Campos Verdes (GO) e criada no estado do Pará, Kássia descreve como o maior desafio tem sido separar as funções de mãe e policial, já que as demandas da vida investigativa muitas vezes ultrapassam os muros da delegacia.
“A polícia é a linha de frente da proteção social. Enfrentamos de perto realidades duras, muitas vezes cruéis. E isso pode abalar nossa paz. Por isso, estar com meus filhos me reequilibra emocionalmente. Eles são minha base”, relata a delegada.
Ela afirma que tanto a carreira quanto a maternidade são conquistas pelas quais trabalhou intensamente, e que ambas exigem entrega diária. “Quero ser um exemplo para os meus filhos. Desejo que eles cresçam admirando mulheres que conquistam seus objetivos com esforço e integridade.”
Na DEP de Coari, Kássia atua diretamente com casos envolvendo pessoas em situação de vulnerabilidade, e acredita que a maternidade aprimorou sua escuta e sensibilidade. “Compreender as necessidades específicas de cada vítima, sobretudo crianças, exige um olhar atento e afetuoso. E isso a maternidade me ensinou”, afirma.
O que mais a surpreendeu na vivência inicial como delegada foi perceber o quanto uma escuta acolhedora pode transformar a realidade de quem procura ajuda.
“A população é carente de acolhimento. Muitas vezes, uma conversa empática é suficiente para resolver conflitos e oferecer conforto. Tem sido uma das experiências mais gratificantes da minha vida”, confidencia.
Como mãe e como profissional, Kássia carrega o mesmo propósito: cuidar de pessoas. E segue com fé e coragem para cumprir cada uma dessas missões com integridade.
FOTOS: Erlon Rodrigues e Divulgação/PC-AM.