Operação Anhangá: PC-AM desarticula grupo criminoso por exploração de animais silvestres e maus-tratos

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Operação Anhangá: PC-AM desarticula grupo criminoso por exploração de animais silvestres e maus-tratos

Sete animais foram resgatados durante a ação, entre eles três preguiças, duas macacas, uma arara e uma cobra

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema), com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM) e da Delegacia Fluvial (Deflu), deflagrou, na sexta-feira (09/05) a Operação Anhangá, que resultou na prisão de Bruno Barata, de 22 anos, e na apreensão de três adolescentes. A ação foi realizada nas comunidades Vila Nova e Nova Vila, no município de Iranduba, (a 27 quilômetros de Manaus).

Delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga. (Foto: Erlon Rodrigues/PC-AM)

“A Operação Anhangá teve como objetivo coibir abusos contra animais silvestres utilizados irregularmente em atividades turísticas no Estado. Os animais estavam desidratados, alguns mutilados, em situação degradante. No momento da abordagem, os turistas presentes elogiaram a atuação da polícia ao constatar o estado cruel em que os animais se encontravam”, afirmou o delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga.

Fraga, parabenizou as equipes da Dema, Core e Deflu pela ação bem-sucedida e agradeceu o apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), do Instituto de Criminalística (IC) e da Comissão de Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), pelo apoio na ação.

Investigação

De acordo com a delegada Juliana Viga, titular da Dema, a operação teve início após o recebimento de uma denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), que detalhou a situação. A partir daí, a equipe aprofundou as investigações e identificou um grupo criminoso que maltratava os animais e cobrava cerca de R$ 20 para que turistas tirassem fotos com eles.

Delegada Juliana Viga, titular da Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema). (Foto: Erlon Rodrigues/PC-AM)

“Durante a apuração, ouvimos testemunhas para entender o modo de operação do grupo. Descobrimos que contavam com informantes para alertar caso a polícia se aproximasse. A partir dessas informações, montamos a operação com apoio do CORE, do Instituto de Criminalística e da Delegacia Fluvial”, explicou a delegada.

Segundo a delegada, a ação foi realizada em duas etapas: um primeiro grupo infiltrado como turistas foi ao local e identificou os envolvidos. Ao perceberem a abordagem, alguns suspeitos tentaram fugir — dois deles escaparam pulando no rio, mas os demais foram capturados e levados à delegacia para os procedimentos legais.

“Os animais receberam atendimento da Comissão de Proteção aos Animais e foram levados em ambulância a uma clínica veterinária, onde foram medicados. Todos estavam abaixo do peso e desidratados. Eles passaram por exames toxicológicos e aguardamos o laudo pericial para avaliar melhor seu estado de saúde”, concluiu a delegada.

Apoio Operacional

O delegado Juan Valério, coordenador da Core, explicou que a equipe da coordenadoria prestou todo o apoio operacional necessário para o sucesso da ação. Devido ao constante movimento de turistas, os cuidados precisam ser redobrados. Além disso, os animais que estavam sendo vítimas de maus-tratos precisavam ser resgatados com segurança.

Delegado Juan Valério, coordenador da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM). (Foto: Erlon Rodrigues/PC-AM)

“Aliado a isso, tivemos um excelente trabalho investigativo da Dema, que já havia feito todo o levantamento da área. Mas, ao mesmo tempo, nos causou muito espanto a articulação que o grupo criminoso possuía. Em diversos locais, eles contavam com olheiros, pessoas responsáveis por avisar quando alguém estranho se aproximava, porque eles têm plena consciência de que estão cometendo crimes. Mas com sucesso capturamos os autores”, destacou o delegado.

Procedimentos

Bruno Barata foi autuado por maus-tratos a animais, guarda ilegal de espécies silvestres e associação criminosa, e corrupção de menores ele será submetido à audiência de custódia e ficará à disposição da Justiça.

Os adolescentes responderão por ato infracional análogo aos mesmos crimes e ficarão à disposição do juizado infracional.

FOTOS: Beatriz Sampaio, Anderton Cardoso e Erlon Rodrigues/PC-AM